Macroergonomia: expectativa e realidade
Acredito que exista um gap significativo entre a expectativa dos ganhos ao aplicar a Macroergonomia e a realidade dos resultados obtidos nas organizações.
Quais barreiras afastam a expectativa da realidade???😉
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O foco no posto de trabalho é fruto da especialidade de muitos ergonomistas (como fisioterapeutas, educadores físicos, designers etc) mas também do tipo de ensino de muitos cursos, que fomentam a microergonomia, mas deveriam fomentar uma visão mais macro.
Não importando a graduação das pessoas, os cursos precisam formar ergonomistas (transformando fisioterapeutas, educadores físicos, designers etc em ergonomistas) enfatizando que ergonomia é uma disciplina de sistemas, projetual, visando o bem estar das pessoas (satisfação, saúde, segurança) mas também o bem estar das organizações, que precisam ter bom desempenho (maior produtividade, eficiência, qualidade, inovação) para se manterem e, portanto, ter retorno financeiro para gerar boas condições de trabalho e ampliar empregos.
A expectativa (dos decisores) é que ergonomia se refere a ajustes nos postos, o que só dá despesa e nenhum retorno. E esta ideia se justifica porque, na realidade, análise de postos é o que é geralmente entregue pelos ergonomistas. Portanto, temos que mudar esta expectativa dos decisores, atuando no sistema e não só no posto, e mostrando (com números) que somos capazes de contribuir para o desenvolvimento de sistemas mais sustentáveis. Para tanto, é preciso sempre considerar e medir os resultados em termos de bem estar das pessoas e desempenho geral do sistema e divulga-los/discuti-los com os atores decisores os quais se baseiam em indicadores tangíveis.
Em suma, além da formação, a postura e a linguagem dos ergonomistas também precisa mudar: ao invés de "vender" para a empresa a ideia de melhorar o posto para garantir o bem estar dos trabalhadores (ou atender normas), é preciso "vender" a ideia (e entregar resultados) que a ergonomia resulta em otimizações com impacto positivo para o desempenho da empresa como um todo. Desta forma, a ergonomia não seria um "puxadinho" do setor de saúde e segurança da empresa, para atender demandas da DRT, mas uma aliada da engenharia de produção, da gerência, da diretoria...